domingo, 31 de janeiro de 2010

A mulher de meus amores

A Thalita Rodrigues

“Desconhecido: E o que exigirias para a mulher de teus amores?
Macário: Pouca coisa. Beleza, virgindade, inocência, amor.”
(Alvares de Azevedo)

Assim deveria ser, sem ressalva:
Dotada d’uma beleza quimérica;
Quereria a pele não menos alva
Que a perfeita palidez cadavérica.
Casta, de olhos cheios de languidez,
Com tão dulcíssimo néctar a jorrar
De seus lábios de nobre maciez,
Que da abelha surpreenda o paladar.
Dos cabelos, que o perfume subjugue
O aroma do mais nobre dos unguentos.
E que ao deitar-se inquieta madrugue
Por a rondar ter-me seus pensamentos.

A face, dispenso expressar ternura.
De outro modo serias tal criatura?

Amém


Para Joéssia



Talvez tudo isso deva ficar mesmo no passado. Mas isso não é uma verdade universal. A saber, para cada um sua verdade. E verdades diferentes levam a lugares diferentes. Quem você se imagina sendo com suas escolhas? O tempo como o amor não é algo que se desperdice, são coisas muito curtas. E aquela velha história que você imaginou se repetir, provavelmente seja a última vez. Cuidado... brincar de ver o mundo passar pode ser bem divertido até o instante em que o pôr-do-sol se põe e na escuridão da noite se percebe só. Raros são os momentos em que vemos nos olhos de outro o céu estrelado que todo conto de fadas tenta ilustrar no empueirado "E foram felizes para sempre".

sábado, 23 de janeiro de 2010

Vozes do passado (ELA)

Como se todos os maus pensamentos que ele me ofereceu ainda queimassem minha pele. Entre vociferações que ainda em mim ecoam. Entre gemidos que ainda fazem, mesmo com a distância do tempo, meu corpo todo tremer. Das vezes que suas mãos inundavam meus seios e sua boca mergulhava entre minhas coxas como que procurando com sua língua os gostos mais sublimes. Que minha primeira noite de amor foi dele. E como anseio por todas as noites que nunca mais virão.