quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Se duas almas tais, perderem os chãos

Se duas almas tais, perderem os chãos
E a carne pela outra for tocada
Sendo esta por aquela motivada
Os corpos sairão salvos e sãos

Só pecam, pois, legítimos cristãos
Não leia-me de forma equivocada
Minha palavra é ingênua e imaculada
Não me seriam d'outro modo as mãos

Quanto ao que teu princípio sentencia
Engana-se ao supor meu ceticismo
Há sim alguns adendos que eu faria

E quando dizes não, porém, eu cismo
Não culpes esta que te acaricia
É, puramente, a mão do meu lirismo

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Souvenir

"Uma lembrança feliz é mais verdadeira do que a própria felicidade" (Musset)

Meu coração, movido a extravios,
Palpitações bandidas, sorrateiras
Perdeu-se dos limites das fronteiras
Vagando com remorsos doentios
 
Porque não tenho escrúpulos bravios
Porque não ergo sólidas barreiras
Porque não oro  súplicas inteiras
Porque não sigo tráfegos sadios
 
Perecerei em pútridas sentenças
Marchando para os pântanos, sem crenças
Vencido...a fronte baixa...os ombros curvos
 
Mas levarei na mente um doce flerte:
Rainha, de viúva eu quero ver-te,
Velando o meu cadáver de olhos turvos


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Como as nuvens


Abro os olhos e logo os fecho aos prantos
Assim que invade a dor da consciência:
Vergonha, Medo, Angústia, Amor, Falência
A alma sangra e o corpo abriga espantos

Levanto-me. O sol derrama encantos
E o dia exala aromas de opulência...
É a vida sugerindo a paciência:
-Acreditar nos sonhos, que são tantos!

Acreditar nos sonhos...sopram ventos
Os céus me mostram pássaros, milhares
E nuvens, em seus vagos movimentos

Meu corpo enfim jazendo sem pesares
Minh´alma como as nuvens - deuses lentos-
Pairando, inconsciente, pelos ares