sábado, 16 de junho de 2012

Soneto a um Anjo

Não foi pela fatal mimosidade -
Oh, Anjo de querer indefinido;
Pelos olhos de incerto colorido;
Os lábios de precisa suavidade

Não foi por tua eterna mocidade
Desperto tal amor descomedido
Que antes pelo exterior tivesse sido
Menor então seria a gravidade

Mas foi vendo-te da alma a nobre essência
Que estes tais esplendores da aparência
Revelaram-se o quão são diminutos

E fui, de predador, sujeito à presa
Notando, pasmo, não ser a beleza
O mais belo que há de teus atributos

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Pequeno diálogo entre Macário e Penseroso


MACÁRIO
     Nobre Penseroso, conheci um Anjo. É  a própria imagem do paraíso: Os olhos parecem um mar azul de águas cristalinas, que por vezes ficam verdes; a boca é suave como um gole de vinho; o corpo quente como uma dose de Uísque; a pele é um tecido ainda por inventar!

PENSEROSO
     Estás ébrio de amor, Macário!

MACÁRIO
     Bofé que estou!