quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Pre... Munic...



E ele, que não tinha nada haver com nada, mergulhou tantas vezes antes de perder a consciência que não poderia dizer depois em qual deles perdeu sua dignidade.

- Esta aí, procure, só sai depois que achar!

            Era um tonel de mais ou menos 7 metros de diâmetro envolto na noite. Ficava na parte detrás da casa e era tão conhecido de todos que muitas das conversas corriqueiras da cidade cuidadosamente desembocavam naquela tartaruga que ninguém nunca conseguiu achar.

- Enquanto não achar não sai aí de dentro. Procura, procura, SEU MISERA. Isso é pra aprender a nunca mais fazer a polícia correr atrás de você. MISERA!

            O pior era o cheiro. Como tudo aquilo fedia, era asqueroso! A sua primeira impressão foi a de que tivessem sido depositadas ali todas as fossas de merda de todas as casas de todos os anos desde que a cidade foi iniciada com seu primeiro morador. Mas a viscosidade e cor não poderiam ter sido dadas só pela merda de “cus” ou pelo menos de “cus” saudáveis. Sobre a merda, boiava uma fina camada de pus que a cada onda se misturava mais e mais.

- Vamos MISERA! Acha!

            Como poderia uma tartaruga ou um cágado ou uma pessoa viver tanto tempo naquela merda? Mas ninguém nunca teve a coragem de perguntar.