segunda-feira, 4 de abril de 2011

Num nebuloso breu de noite fria

Num nebuloso breu de noite fria
Sem que conta tomasse do impropério
De meu leito, imaculado anjo etéreo,
Nas impudicas máculas, dormia

Mais vil fosse, de que modo veria
Se já de juízo encontrava-me aéreo?
Qual a pálida tez, o olhar funéreo,
A todos meus desvelos, apreendia

Dentre os lábios frouxos de traço egrégio
Sutilmente, um sorriso me afigura
Maior não me seria o privilégio!

E a gélida e translúcida estrutura...
Tomei-a! E foi tão doce o sacrilégio
Que doeu-me devolvê-la à sepultura