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Deixa eu entrar
Oh, Morena
No que cê guardou pra mim
Sem saber, sem notar
Que é pra vingar
Oh, Morena
Nós temos o mesmo fim
Pra você, eu; e você pra mim
Não é de mágica
Que nascem as flores
Sim, é de lágrima
Que se erguem os reais amores
Vem cá!
Sei, não sou lá
Oh, Morena
Tudo que cê tava afim
Mas espero restar
Tempo de eu mostrar
Oh, Morena
Quem mais te quereria assim?
Do meu jeito meio estranho de amar
domingo, 11 de novembro de 2012
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Retrocesso
Desde o que se enforcou, por desespero
Ao que bebeu veneno, por capricho
Tratado como não se trata lixo
E então, levado a este destempero
Não sabem que a dor, com maior esmero
A mim, tem castigado, feito bicho
Faria eu parte do citado nicho
Se não achasse um tanto de exagero
Deliberadamente, o próprio punho
Deveras, por mim, não será cortado
Se há um futuro certo a meu conforto
Não serei, pois, de Males testemunho
Esperarei, passivo, pelo agrado
De meu repouso, pálido, frio, morto
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Retorno Eterno
Defronte ao oceano, turvo a vista:
-Os olhos marejados da lembrança-
Minúsculo perante a imensa dança
Das ondas, que me afastam da conquista...
Cinzento céu de angústia que não cansa
Clamando ao meu espírito: "-Desista!
Não há qualquer destino que resista
Ao lúgubre enterro da esperança..."
E sobre mim deságua a chuva fina
E embalde busco a lágrima divina
Que triste derramaste na partida
No mar do desespero, além das ondas
Descubro que me guardas e me sondas:
Ressurges, como o Sol, em minha vida
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