A carne, a tenho em estado perfeito
E, a contragosto, sinto inda no peito
O palpitar d’um órgão desprezível
Padeci d’outra morte, mais terrível
Que a do que repousa em fúnebre leito
E, de bom grado, mais rogo que aceito
Selar-me a natureza perecível
Avesso
ao que rege o instinto, pelejo E, a contragosto, sinto inda no peito
O palpitar d’um órgão desprezível
Padeci d’outra morte, mais terrível
Que a do que repousa em fúnebre leito
E, de bom grado, mais rogo que aceito
Selar-me a natureza perecível
Contra a vida, e mesmo eu cogitaria
Por minhas mãos dar-me o sono que almejo
Em estar vivo, não me há mais serventia
Se, no amar, esperança alguma vejo
Que razão no viver, pois, mais veria?
(...) Que choramos a dor de cada um
ResponderExcluirE o vinho em que choraste era comum:
Tivemos de beber do mesmo pranto."
(Camilo Pessanha)
Bebamos, meu irmão! Hoje também a encontrei no aniversário da nossa sorte. Vestíamos as mesmas roupas e nos deparamos no exato segundo de há um ano. Há um ano...
Bebamos enfim! Tu, para amenizar as dores tuas e eu para amenizar as dores minhas. Bebamos! E que esses doces espíritos sempre venham nos atormentar. Bebamos! Para achar nos outros vinhos o néctar perdido. Bebamos...
Sou visitante. Primeira vez que venho ao blog e esse soneto me conquistou. Parabéns ao poeta!
ResponderExcluirFelipe, muito obrigado pelo elogio. Como é bom receber o título de poeta, mas não sei se sou merecedor de tal epíteto, embora busque merecê-lo em cada linha que escrevo. As portas da Taverna estão sempre abertas, volte mais vezes. Temos escrito pouco ultimamente, mas algo me diz que seguirão dias fartos de poesia.
ResponderExcluircomo Felipe. está é minha primeira vez em seu blog, tenho que dizer que voce escreve muito bem, um verdadeiro poeta. Como voce, tento resgatar o Romantisto, principalmente a 2º geração. tenho alguns poemas escritos, eles não são tão bons quanto os seus.
ResponderExcluirÉ uma satisfação enorme receber estes elogios, principalmente sobre este soneto que fiz para uma pessoa tão especial que havia deixado minha vida há um ano, data em que sinto também ter deixado a vida. E até hoje nada mais faz sentido pra mim.
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