domingo, 28 de novembro de 2010

Os Brincos da Minca


Os brincos da Minca são dois desatinos
Que a dançar com o vento tintilam seus hinos
E ecoam quão belas orquestras de sinos
São sóis alabastrinos
Os tais brincos

Os brincos da Minca são faróis perdidos
Que encontram meus olhos tão desprevenidos
Que ofuscam-se a ponto de sair feridos
E se dão por vencidos
Aos tais brincos

Os brincos da Minca não “são”, é um só pingo
Que me incomoda domingo a domingo
Por tão assimétrico... e belo... e eu rezingo
Mas um dia me vingo
Do tal brinco

O brinco da Minca é um labirinto
Que se vangloria do risco distinto
Que mais me parece com teias, não minto
Ainda me ressinto
Com o tal brinco

O brinco da Minca é de rara beleza, não brinco
Que só mesmo Minca é mais bela que o brinco

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Poeminha em louvor daquele que bebe Teachers como aluno

(Para Pedro Mota)

Quando à mesa quadrada
Finda o assunto
Tu olhas de lado
Te vais para trás
Maldizes a frente

Quando à mesa quadrada
Findou o assunto
Tomaremos um gole
Comíamos isósceles
Sangremos picilones

Quando à mesa quadrada
Findar o assunto
- Teimáramos (não tema)
- Teimáramos (não tema)
- Teimáramos (não tema)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre a dialética do amor

Não faço grandes espalhafatos sobre qualquer coisa que seja. Não faço, nem sobre grandes mudanças nem sobre as menores que me fazem sucumbir.

“-Não”.

Também não guardo grandes lembranças, aprendi que elas criam muita poeira e desde criancinha sou alérgico as essas pequenas manifestações da natureza.

“- Pode ser: mesmo que sejam esses grandes desesperos em silêncios paulatinos que só você consegue entender”.

E basta: porque a teoria da incerteza de Heisenberg é por definição incerta.

“- Te amo, sempre vou te amar. Indubitavelmente o meu amor transcenderá a efemeridade do universo e a inconstância de todo amor.”

E essas tuas palavras... ABHADDA KEDHABHRA...