Natal, 24 de junho de 2011, 1h49. Ouço barulhos de festa. Nas ruas o povo comemora um dos dias santos mais populares no país. Não que São João seja melhor que qualquer outro santo, e eu, na realidade, não saberia os dizer. Bem como pouco me interessa o motivo. Mas acredito que tal popularidade tenha se dado por algum desocupado ter inventado de abrir uma garrafa de vinho barato e reunido os seus para festejar neste dia, talvez com algumas meretrizes e outras tantas garrafas de bebidas. A festa deve ter sido boa - talvez pelas meretrizes - para que se repetisse ano após ano.
Enfim. O que sei é que aqui, hoje, o povo sai às ruas, acendem fogueiras, ou não, e entregam-se aos prazeres mais mundanos neste famigerado dia santo. Tremendo paradoxo - apenas uma pequena mostra da hipocrisia da qual o mundo está cheio, e que me enoja e colabora para que eu tome a decisão que agora tomo.
Eles nem ao menos respeitam a dor alheia. Sou obrigado a acompanhar, seja quando ligo o rádio ou a TV, ou simplesmente tenho meu sagrado silêncio violado pelas cantigas juninas intercaladas ao "forró de plástico" que entram pelas frestas da moldura da janela.
Se alguma diferença faz: sim! Estou em pleno gozo de minhas faculdades mentais. E é, justamente, esta total consciência (antes não a tivesse) que revela-me a desventura de viver. E que não duvidem. Esclarecido sou de que qualquer um capaz de mensurar a proporção de prazeres e desgraças que se pode ter em uma vida, optariam por este mesmo caminho.
E sei que outros tantos, pois, já chegaram a esta clara conclusão, mas os falta coragem de concretizar o ato. E não os culpo, posto que esta faltou-me também inúmeras vezes, como fora alertado por aquela que habita a Rainha da Borborema. E ainda falta-me. Motivo exclusivamente pelo qual não os deixo no momento - apenas escrevo.
Enfim. O que sei é que aqui, hoje, o povo sai às ruas, acendem fogueiras, ou não, e entregam-se aos prazeres mais mundanos neste famigerado dia santo. Tremendo paradoxo - apenas uma pequena mostra da hipocrisia da qual o mundo está cheio, e que me enoja e colabora para que eu tome a decisão que agora tomo.
Eles nem ao menos respeitam a dor alheia. Sou obrigado a acompanhar, seja quando ligo o rádio ou a TV, ou simplesmente tenho meu sagrado silêncio violado pelas cantigas juninas intercaladas ao "forró de plástico" que entram pelas frestas da moldura da janela.
Se alguma diferença faz: sim! Estou em pleno gozo de minhas faculdades mentais. E é, justamente, esta total consciência (antes não a tivesse) que revela-me a desventura de viver. E que não duvidem. Esclarecido sou de que qualquer um capaz de mensurar a proporção de prazeres e desgraças que se pode ter em uma vida, optariam por este mesmo caminho.
E sei que outros tantos, pois, já chegaram a esta clara conclusão, mas os falta coragem de concretizar o ato. E não os culpo, posto que esta faltou-me também inúmeras vezes, como fora alertado por aquela que habita a Rainha da Borborema. E ainda falta-me. Motivo exclusivamente pelo qual não os deixo no momento - apenas escrevo.
Que bons ventos soprem a você!
ResponderExcluirAbraço
E vc como todo bom escritor gosta de ser provocado. Não é covardia não encarar o desejo de arrancar a própria vida, covardia é não ter peito pra viver, ainda mais sozinho e com pouco dinheiro. E isso meu caro, vc tem de sobra. Admiro-te e sempre mando bons sentimentos quando penso em você.
ResponderExcluirBeijo