Para meu amigo Sarg. Rodrigues
Das coisas que aprendi com ele
e no quartel
Das coisas que aprendi com ele
e no quartel
Era uma vez... E ele pequenininho ficou tão sozinho, tão medroso, tão tão... Lá, preso entre os galhos, entre suas angústias, entre seus soluços. Por que tudo que desconhecemos nos impõe fraqueza. No seu desespero olhou para baixo e atraído pela gravidade deixou que o chão se aproximasse e o aparasse. Sua mãe andorinha tinha ido buscar alimento e o abandonou, temendo o perigo e acreditando na sorte. Essas nossas malditas crenças que sempre nos traem. E acreditamos em tantas coisas.
Por causa dessa lei da física que mantêm rente ao chão esse clima frio, esse tempo frio, essas frias lembranças, esses nublados pensamentos que nosso pequeno herói sentiu seu corpo pouco a pouco tremer. Em breve morreria de hipotermia. Sugariam seu calor, todo seu calor... Sabia que depois disso sua alma secaria, e evaporaria até qualquer inferno mais próximo.
Ia passando um daqueles gigantes animais que pouco tem haver com as minúsculas coisas a sua volta. Contudo parou e olhando para os pés e bem juntinho deles viu aquela miúda criatura. O inverno era tenebroso mesmo para as enormes forças da natureza. O grande ser, vendo que não o conseguiria recolocar no seu ninho, procurou algo ao seu redor para esquentar o filho da andorinha.
O vento tinha levado as folhas das arvores, e não havia arbusto que tivesse sobrevivido a geada do norte. Seu corpo era descompassado e na tentativa de protegê-lo poderia machucá-lo. Pensou mais um pouco e sentido o estômago embrulhando teve a brilhante idéia. Defecou ali mesmo. Pegou o animalzinho e o guardou protegido do resto do mundo agasalhado pelos restos da janta: de mangas, de bananas, de mamão e de algumas saborosas guloseimas daquela floresta. Feito sua parte e orgulhoso de si mesmo, foi embora crente que mais ninguém iria importuná-lo ou procurá-lo entre o barro e o cheiro. Além do mais, ele estava abrasado como qualquer outro em um cobertor grosso. Como disse, são essas nossas crenças que sempre nos traem.
Ia passando um gato e este curioso que é de tudo aproximou-se e aproximou-se e aproximou-se. Sentido o fedor, tirou nosso herói do meio daquele lugar, o lavou, o limpou e vendo o quanto magrinho o bichinho estava o alimentou, passou dias cuidando dele. Até que, depois de tanto carinho, tanto cuidado, tato zelo (do apego que aquele sentia agora por este) “VLAPO, MIAUUUUUUUUUUUU”. A noite estava escura e era de lua. Assim morre nosso herói, nosso pequenininho herói. Causa: “a crença...” e acreditamos em tantas coisas.
MORAL DA HISTÓRIA
Nem sempre quem nos põe na merda quer nosso mal, nem sempre que nos tira da merda quer nosso bem.
Por causa dessa lei da física que mantêm rente ao chão esse clima frio, esse tempo frio, essas frias lembranças, esses nublados pensamentos que nosso pequeno herói sentiu seu corpo pouco a pouco tremer. Em breve morreria de hipotermia. Sugariam seu calor, todo seu calor... Sabia que depois disso sua alma secaria, e evaporaria até qualquer inferno mais próximo.
Ia passando um daqueles gigantes animais que pouco tem haver com as minúsculas coisas a sua volta. Contudo parou e olhando para os pés e bem juntinho deles viu aquela miúda criatura. O inverno era tenebroso mesmo para as enormes forças da natureza. O grande ser, vendo que não o conseguiria recolocar no seu ninho, procurou algo ao seu redor para esquentar o filho da andorinha.
O vento tinha levado as folhas das arvores, e não havia arbusto que tivesse sobrevivido a geada do norte. Seu corpo era descompassado e na tentativa de protegê-lo poderia machucá-lo. Pensou mais um pouco e sentido o estômago embrulhando teve a brilhante idéia. Defecou ali mesmo. Pegou o animalzinho e o guardou protegido do resto do mundo agasalhado pelos restos da janta: de mangas, de bananas, de mamão e de algumas saborosas guloseimas daquela floresta. Feito sua parte e orgulhoso de si mesmo, foi embora crente que mais ninguém iria importuná-lo ou procurá-lo entre o barro e o cheiro. Além do mais, ele estava abrasado como qualquer outro em um cobertor grosso. Como disse, são essas nossas crenças que sempre nos traem.
Ia passando um gato e este curioso que é de tudo aproximou-se e aproximou-se e aproximou-se. Sentido o fedor, tirou nosso herói do meio daquele lugar, o lavou, o limpou e vendo o quanto magrinho o bichinho estava o alimentou, passou dias cuidando dele. Até que, depois de tanto carinho, tanto cuidado, tato zelo (do apego que aquele sentia agora por este) “VLAPO, MIAUUUUUUUUUUUU”. A noite estava escura e era de lua. Assim morre nosso herói, nosso pequenininho herói. Causa: “a crença...” e acreditamos em tantas coisas.
MORAL DA HISTÓRIA
Nem sempre quem nos põe na merda quer nosso mal, nem sempre que nos tira da merda quer nosso bem.