segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Como Camões um dia observara

Como Camões um dia observara
Se por reles Ninfa o filho pujante
De Latona sofrera coita amara
Quem dirá eu sendo de estirpe errante?

Antes que eu não pertencesse a tal raça
Quinta, de ferro, que Hesíodo enevoa
Quiçá ousaria partir à caça
Do amor da Deusa que às deusas destoa

Contento-me a observar a graça
Tão languida e pequena, que gigante
Do Olimpo, inalcançável habitante

Bela! De deixar atônita a praça
Que alegre se torna, a ela perante:
Faz-me poeta; e refaz-me em amante.

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