sábado, 26 de setembro de 2009

Do fim

Para você "R"

Que as palavras cessaram ali. Eis que surge o longo caminho do silêncio. Eis que nasce a enorme “via crúcis” da dor. “-Talvez” era a resposta que tinha a dar a tudo. Provavelmente devesse se chamar “incerteza”. Era a jornada que teria que perpassar... Como o vento gelado que transpassa seu corpo como quem sucumbe sua alma.

Arrependera-se dos gestos que morreram, dos sorrisos que ficaram, dos beijos que não deu.

“-As noites que não dormi...” Sentia falta da insônia e do abajur japonês que fazia arco-íris e que ficou em sua mente.

Não poderia aceitar aquele amor negro. Não iria seguir outra vez aquela curva escura, nem tão pouco acreditar nas suas mentiras. E se orgulharia, com um pouco da boa inveja, dos amigos Macário e Penseroso. Por que o primeiro, por mais que por vezes não enxergasse, amava há uma, muito e para sempre e não importava o tempo, nem a dor, nem os desencontros, nem os encontros pouco desejados. Já o segundo inocentava até o mais culpado dos réus, e amava como que idealizasse o próprio amor... Acreditava em tudo e, cômico, sonhava com o “Adeus!” e com o “Volto já!” que sinto, provavelmente, nunca chegará a ver.

E que fico parado fora de casa tentando ler tua mente na neblina, na noite perdido em frente a tua janela.

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