terça-feira, 8 de setembro de 2009

Da languidez, este teu privilégio,

Da languidez, este teu privilégio,
Foste banhada de sobra, sem pena.
Que eu, em tocá-la, receio, oh pequena;
Em violá-la, vejo um sacrilégio.

Esta altivez de deusa que carregas
Deixa-me o resto juízo absorto.
Ressuscito antes mesmo a cair morto
De amores e desejos que me regas.

Que do pensamento impuro me prives;
Do pecado de olhar a vista segue;
Ou cumpra em mim a pena capital.

Mas, da nobre morada em que tu vives,
Vê o dilema em que minha alma prossegue:
Quere-te bem, porém, ver nisto um mal.

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