Ele
Talvez, agora parando para pensar, devesse ter ligado. Sentira saudades das tempestades, das noites nubladas, das geadas furtivas, das almas anuviadas e dos pensamentos roubados. “-É...”. Agora, o que o cercava era o temor de olhar lá fora e se ver encharcado acenando o olhar à luz do único poste aceso... Cingido de sombras, tinha medo de deixar-se confundir com a dor que sentia.
Ela
“E foram felizes para sempre”. “-Não...”. Nem sequer foram felizes qualquer dia. Descobrira muito cedo, perdera muito dos sonhos, que sapos são sempre sapos. Que todos os castelos que se acostumara a desenhar nas revistas com fotos européias eram desde sempre vazias como ela mesma hoje se sentia.
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